Acredito que todo nós nascemos artistas e criativos, mas somos quase que ensinados a esquecer isso conforme vamos crescendo. Por exemplo, tente lembrar de quando era pequeno de como era fácil imaginar cenários, criar nomes, dar novas funções a antigos brinquedos ou objetos, criar novas línguas... Você tinha solução para tudo, não tinha?
Se você não consegue lembrar tão bem, pergunte aos seus pais ou alguém que acompanhou a sua criação. Se isso não for possível observe um criança brincando. Perceba como ela experimenta sem medo, sem julgamentos.
A nossa criação, num modo geral, nos direciona para uma vida monótona e previsível, onde seguimos o padrão: Escola - Faculdade - Emprego - Aposentadoria. Dentro desse ciclo, temos cada vez menos espaços para errar. E, com o medo de errar vamos sufocando nossa criatividade, fechamos nossa mente para novas experiências e reduzimos as possibilidades de viver fora desse padrão.
Com isso, acabamos sufocando aquele artista interior que sempre esteve dentro de nós, aquele ser criativo, livre e imparável que um dia fomos. Tenho observado cada vez mais pessoas infelizes com seu trabalhos, procurando uma saída desesperada para mudar o rumo da sua vida que, em algum momento foi engolido por essa rotina onde o medo sufoca a criatividade e acaba com qualquer possibilidade de enxergar novas oportunidades.
Mas e se eu te disser que o seu artista interior permanece em você e, para melhorar, pode ser sua principal chave para melhorar sua qualidade de vida?!
A questão é que a criatividade está diretamente ligada com todo tipo de expressão artística, mas vai além disso. Uma pessoa criativa tende a se comunicar melhor, ser mais empática, mais humana e também um ótimo problem solver. E essas habilidades vão te ajudar no seu dia a dia, pessoal e profissionalmente.
E sabe qual é a melhor parte? Existem inúmeras maneiras para estimular o nosso cérebro e sermos mais criativos, e são simplesmente maravilhosas. Desde viajar, ler um livro, experimentar um novo hobby até simplesmente socializar com pessoas que têm experiências de vida diferentes das suas.
Quanto mais nos expomos a diferentes culturas, ideias, perspectivas, experiências, mais expandimos nossa mente. O importante sair da zona de conforto. Se você tem dificuldade em tentar algo novo, comece devagar:
Assista um documentário ou até mesmo um vídeo no Youtube sobre viajantes mostrando suas experiencias ao redor do mundo. Elas são particulares, mas geralmente são vivencias reais que vão te estimular de alguma maneira. Dito isso, arrisque também comer num restaurante que tem uma culinária que você nunca provou antes.
A leitura também vai te apresentar para novas formas de ver o mundo, diferentes histórias e muitas vezes te desafiar a repensar o obvio. Tente escrever algumas ideias, mas esqueça um pouco o computador ou o celular. Escreva a mão como os incas e os maias (rsrs). Imagine uma situação que te gere felicidade e descreva ela ali no papel. Essa ação não só vai estimular sua criatividade, mas também gerar uma certa excitação e felicidade.
Desenhe - Desenhe, mesmo que não saiba. A ideia aqui não é que você seja um artista, mas que pratique o ato de observação. Nossa rotina torna tudo muito automático e muitas vezes não percebemos as coisas que estão ao nosso redor. Uma boa ideia pode vir de algo simples que você nunca havia notado.
Um exercício que eu adoro fazer é o desenho cego, que ao contrário do que o nome sugere, você não esta desenhando de olhos fechados. Funciona assim: você escolhe um cenário ou objeto, observa atentamente e começa a desenhar sem olhar para o papel. Isso força sua atenção a se concentrar completamente no que está à sua frente. Uma imersão profunda enquanto você deixa sua mão correr com seu lápis/caneta pelo papel. Não se preocupe com o resultado, o objetivo aqui é exercitar o olhar.
Converse com pessoas diferentes - É importante conversar com pessoas que pensam diferente de nós. Ao ouvir opiniões distintas das nossas sem julgamentos, ampliamos nosso entendimento do mundo e do ser humano, praticando empatia. Não se trata de convencer ou ser convencido, mas de explorar novas formas de enxergar a realidade.
Se não se sente confortável para sair socializando, comece com quem já está ao seu redor. Experimente propor uma conversa assumindo um ponto de vista diferente do que você normalmente teria. Esse exercício ajuda a questionar certezas e a enxergar o mesmo tema sob diferentes prismas.
Pratique o ócio - Ter espaços onde não fazemos nada é fundamental. Mas atenção, quando eu digo nada não vale scrollar no celular. Ao contrário do que muita gente pensa, esse ato te bombardeia de estímulos superficiais gerando stress e ocupando espaço na nossa mente.
Quando nos permitimos um verdadeiro momento de descanso, nosso cérebro esta relaxado, livre do stress que bloqueia nosso fluxo mental, dando espaço para novas ideias fluírem livremente.
Talvez, depois de tanta informação, você pensando: "Ok, mas se eu for aplicar tudo isso na minha rotina eu não terei tempo para mais nada". E é verdade. Por isso não se desespere ou tente fazer tudo de uma vez. Se sobrecarregar com mil atividades pode gerar o efeito contrário, bloqueando sua criatividade em vez de estimulá-la e você vai acabar frustrado.
Ainda sim, o importante é começar, de forma gradual e natural. Escolha um desses exercícios e incorpore ao seu dia a dia. Aos poucos, você colherá os bons frutos de cultivar uma mente mais aberta, curiosa e criativa.
E lembre-se sempre: Ser criativo é um exercício, não um destino.
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